II Festival de Teatro Universitário Ponto
de Vista: Para Além da Cena teve um dia repleto de performances, abordando
temáticas diversificadas no cenário teatral e social. Confira entrevistas com artistas que se apresentaram no terceiro dia do festival.
“FLOR” – BRENDA OLIVEIRA

FESTIVAL:
QUE
INTERPRETAÇÃO SE ESPERA PARA A PERFORMANCE?
BRENDA
OLIVERIA: "A interpretação pode ser feita de “N” formas
pelos espectadores. A flor representada pode ser delicada como suas pétalas e ao mesmo tempo forte como uma mãe, e persuasiva, felina como os espinhos ”.
FESTIVAL:
O
PORQUÊ DA TEMÁTICA FLOR?
BRENDA OLIVERIA: “O nome surgiu na observação das flores na natureza, perante sua delicadeza e vigor de seus espinhos, que são sua forma de defesa e me fez atribuir o nome à performance. A flor representada somos nós! Carregamos
os nossos próprios espinhos. Falo muito sobre a necessidade de amar e do ato da
partida. A dor também é representada em uma cena através do aborto. O nome foi reforçado após a leitura da vida da poetiza Florbela Espanca.’’
FESTIVAL:
QUAL
FOI A SUA INSPIRAÇÃO?
BRENDA
OLIVEIRA: "Eu li sobre a vida da Florbela Espanca,
talvez daí o nome flor ficasse tão forte na minha cabeça. Essa força que as
cenas possuem vem da vida dela, mas lembrando de que não é uma performance
apenas sobre ela, mas sobre pessoas que eu observo cotidianamente”.
FESTIVAL:
QUAL
MENSAGEM VOCÊ QUIS PASSAR ATRAVÉS DA PERFORMANCE?
BRENDA
OLIVEIRA: "Liberdade! Que acabei tirando também dessa grande poetiza e de tantas outras mulheres, me incluo nisso. A liberdade no desenvolvimento da própria performance, cada um é um, é um ser especial que tem suas referências. A performance foi apresentada pela primeira vez e possui muitos elementos com diversas possibilidades para decodificações. A proposta inicial era que esta fosse apresentada em um lugar
fechado, mas não conseguimos e isso mudou um pouco algumas características, mas nada que tirasse a essência da 'FLOR'''.
FESTIVAL:
O
QUE ESPERAVA PASSAR PARA AS PESSOAS?
BRENDA OLIVEIRA: “Que sentissem, não importando o
conceito”.
“ESPELHO DE VÊNUS” – NÚCLEO ARTÍSTICO FEMININO
(NAFEM)

FESTIVAL:
DE
QUE SE TRATA O FESTIVAL?
ROSA
SANTOS: “A peça fala sobre dois poemas, fala sobre
sofrimentos e violência que a mulher passa toda forma de sofrimento. O ato de
encarar que fazemos com o público é pra mostrar a nossa coragem de não mais
ficarmos caladas”.
FESTIVAL:
PRA
VOCÊ COMO ATRIZ, COMO FOI PARTICIPAR?
ROSA
SANTOS: “Eu assumo a responsabilidade de alertar essas
mulheres e nós nessa peça somos a voz das que estão caladas. Uma vez no ensaio
chegou uma mulher toda machucada, e aquilo me paralisou, fomos imediatamente à
delegacia. Ela não sabia o que fazer, o susto foi: como pessoas em pleno século
XXI não sabem quais atitudes tomar em relação a isso? E tem tantos fóruns que pode
ajudar. A marcha das mulheres, e outros grupos ajudam, mas elas não possuem
conhecimento sobre nenhum deles algumas vezes”.

FESTIVAL:
COMO O GRUPO TRABALHA COM O FEMINISMO?
“Nós fazemos de tudo, intervenções em ruas e praças. Temos o apoio da deputada
Rose Sales que sempre nos chama para abordagens”.
FESTIVAL:
QUAL O PAPEL DO TEATRO FEMINISTA NA
CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E IGUALITÁRIA?
ROSA
SANTOS: “É uma luta árdua e demorada, a sociedade é
machista, as mulheres sentem que violência é apenas fisicamente, às vezes estão
à beira da morte e não sabem o porquê. O nosso Trabalho é alertar elas em sobre
isso. Elas pensam que não terão nada se não conseguirem um companheiro. Possuem
uma baixa alto estima. Nós as alertamos em relação a isso, que elas podem. A
peça tem esse impacto, quando falamos sobre partes do corpo, ou sobre Jesus. “O
questionamento é um dos principais focos da peça.”
FONTE: RONNALDY SANTOS
FOTOS: EDU AGUIAR
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