A manhã do terceiro dia do II Festival de Teatro Universitário Ponto de Vista: Para Além da Cena foi marcada pelas performances teatrais. Dentre os vários espetáculos, que abordavam temáticas diversificadas, ‘’Vestido de Sônia’’ possibilitou uma reflexão sobre as múltiplas personalidades da mulher.
Cortejo Vestido de Sônia na Rampa do CCH/UFMA |
Ao longo das quatro paradas propostas pelo cortejo, os
atores interagiram com o público e apresentavam suas diferentes personagens. Vestido
de Sônia acosta-se nas agonias e sofrimentos interiores do mundo feminista,
seja por um amor perdido ou por uma traição, revelando a metamorfose e
múltiplas tarefas que são “impostas’
à mulher”.
Confira
entrevista com os atores do espetáculo:
Marcelo Augusto: “Sônia é uma personagem da peça de Nelson Rodrigues
chamada Valsa Nº 6, mas as nossas personagens apresentam, cada uma, uma característica
de uma Sônia. A minha Sônia, por exemplo, é uma que ficou louca ao ser deixada
no altar.”
FESTIVAL: Como surgiram as Sônias? Como funcionou o
processo de criação das personagens?
Renato Guterres: “Na verdade nós tínhamos bastante liberdade para
criá-las. Todos nós montamos a sua própria. O que não podíamos perder era a
essência das personagens, já que a gente se baseou na Sônia e na Alaíde (ambas
protagonistas das peças de referência). Nós pegamos como característica da
Alaíde, por exemplo, o fato de ela ser noiva, e da Sônia pegamos o nome. Foi
tudo muito aproveitado.”.
Thomaz Tobias: “A minha personagem, por exemplo, era muito
pecaminosa, por isso que eu coloco o terço cristão na boca e em alguns momentos
eu chego a fingir uma masturbação com ele. Fiz isso para chocar, para chamar
atenção para o lado pecador da minha Sônia.”.
FESTIVAL: E quanto à trilha sonora? Pois o cortejo
tinha como trilha a cantiga de roda “Se essa rua fosse minha”.
Thomaz Tobias: “Nós a usamos porque ela fazia parte da peça Valsa
Nº6 e nós resolvemos manter esse detalhe, já que é uma cantiga que todo mundo
conhece e remete à infância. Ela serve para nos aproximar mais ao público.”.
FESTIVAL: Qual a mensagem da performance?
Stephanny
Moura: Na verdade a mensagem era realmente o caos. Era mostrar todas as Sônias
alteradas falando ao mesmo tempo, para confundir e chamar atenção para elas. A
mensagem varia de cada pessoa, do que cada um captou.
Fonte:
Leonardo Maluf e Maurício de Paula
Foto:
Edu Aguiar
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